quinta-feira, 9 de setembro de 2010

CARTA MAGNA CORINTHIANA

Nós, cidadãos da República Popular do Corínthians, servos do futebol com raça e suor, nos encontramos reunidos diante de uma bola e onze jogadores para declarar os princípios fundamentais da nação corithiana.

SAIBAM QUE DIANTE DO CORÍNTHIANS e da magnitude de sua presença, cada um de nós é um ser inferior, pequeno, vestindo apenas uma touquinha de lã. Mas que, reunidos, somos mais de 30 milhões de seres inferiores, pequenos e vestindo apenas uma touquinha de lã com o poder necessário para defender o escudo e valorizar o espírito da República Popular do Corínthians

É PRESSUPOSTO QUE TODOS OS HOMENS LIVRES, cidadãos corinthianos e cidadãs corinthianas dessa República, não estão totalmente livres nas noites de quarta ou quinta e nas tardes de sábado ou domingo, de acordo com o campeonato vigente - ainda que o campeonato tenha apenas começado. 

DEVEMOS TODOS LEMBRAR AGORA E SEMPRE que ser um corinthiano não depende de nenhuma classificação alcançada pelo time em nenhum campeonato estadual, nacional ou internacional. Cabe ao cidadão corinthiano o compromisso de ser um torcedor em qualquer ocasião e não um torcedor de ocasião. Corinthiano é corinthiano em qualquer lugar da tabela. 

NÃO ESQUECEREMOS JAMAIS de nossos fundadores e loucos históricos: Joaquim Ambrosio, Carlos da Silva, Rafael Perrone, Antônio Pereira e Anselmo Correia e do lema criado por Miguel Bataglia nos primórdios da República Popular do Corínthians: O CORÍNTHIANS VAI SER O TIME DO POVO E É O POVO QUEM VAI FAZER O TIME. 

NUNCA DESERTAREMOS DA PÁTRIA, evitando, assim, o sério risco de nos transformarmos em porcos, bambis, peixes ou, em outras palavras, seres à margem da fiel nação corinthiana. 

SABEREMOS RECEBER DE BRAÇOS ABERTOS cidadãos de países sub-desenvolvidos que queiram se naturalizar corinthianos ou corinthianas. Nesse caso, deverão ser ensinados ao novo cidadão os costumes da Nação Alvinegra. A saber: cânticos, hinos, vocabulário, vestimentas e culinária local, que inclui sanduíche de pernil, espetinho e dogão de porta de estádio. 

NÃO NOS DOBRAREMOS DIANTE DAS DERROTAS que eventualmente possam acontecer, mesmo com o apoio irrestrito e irrevogável da nação. Permaneceremos confiantes e unidos apesar de brincadeiras de mau gosto e piadinhas sem a menor graça criadas por estrangeiros e, mais importante, as enfrentaremos com brincadeirinhas e piadinhas melhores. JAMAIS COM VIOLÊNCIA. 

JAMAIS ESQUECEREMOS DAS GLÓRIAS alcançadas e muito menos de nossos heróis: Neco, Luizinho, Cláudio, Baltazar, Gilmar, Rivellino, Sócrates, Biro-Biro (sim, Biro-Biro), Ronaldo, Neto, Marcelinho Carioca, Dida e Tevez, honrando seus nomes sempre que possível. 

LOTAREMOS COM VIGOR a nossa casa, esforçando-nos para dar o máximo de apoio a cada representante da nação corinthiana em campo, durante 90 minutos. 

FILHOS DE PAI E MÃE CORINTHIANOS ou, ainda, apenas de pai corinthiano ou apenas de mãe corinthiana, deverão ser educados sob os preceitos alvinegros, desde a idade mais tenra. Vale dar camisa, calção, meião, mochila, lancheira, além de levar o pequeno maloqueiro ou a pequena maloqueira ao estádio nos dias mais tranqüilos de jogos para aprender que FILHO DE CORINTHIANO, CORINTHIANO É. 

1910 - REPÚBLICA POPULAR DO CORÍNTHIANS - 2010


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